Mapas dinâmicos guiam controle de doenças em 2025

A Geotecnologia – conjunto de tecnologias que permite a coleta, processamento e análise de informações geográficas -, já é capaz de desenvolver mapas on-line para contabilizar e gerir casos, suspeitas e mortes decorrentes de doenças causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes, como mosquitos e carrapatos, dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Somente em 2024, tivemos quase sete milhões de casos prováveis de dengue e mais de 5 mil mortes confirmadas no Brasil, segundo Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses promovido pelo Ministério da Saúde. Esses agravos causados pelas arboviroses – doenças caracterizadas por febre alta, dores musculares e articulares e manchas pelo corpo – representam um desafio significativo para a saúde pública global, principalmente em regiões tropicais e subtropicais, onde as condições ambientais favorecem a proliferação dos vetores. 

Embora os desafios de monitoramento e combate sejam complexos, a combinação de abordagens tecnológicas e estratégias de educação e engajamento social podem fortalecer a capacidade de resposta e contribuir para a redução dos impactos na saúde pública. Para isso, o uso das geotecnologias se destaca como uma abordagem inovadora e eficiente, permitindo a análise espacial e temporal de dados epidemiológicos, climáticos e ambientais, facilitando a identificação de áreas de risco, padrões de disseminação e fatores associados à proliferação dos vetores.

Segundo Letícia Mose, especialista na Imagem Geosistemas, é possível fazer o mapeamento dos casos e notificações graças à tecnologia de georreferenciamento. “A tecnologia possibilita a localização precisa dos pontos de ocorrência, facilitando a priorização de ações em regiões mais vulneráveis e o monitoramento em tempo real de surtos. Essas aplicações tornam a gestão da saúde pública mais ágil e direcionada, contribuindo para reduzir a propagação e os impactos das doenças nas comunidades”, explica.

Ainda segundo a especialista, com um painel de monitoramento dos agravos notificados (ferramentas visuais e analíticas), é possível fazer a gestão de dados em saúde pública. “Os painéis permitem o mapeamento dinâmico da distribuição geográfica dos agravos, a análise de tendências temporais e a visualização de indicadores críticos, como taxas de incidência, evolução de surtos e locais com maior concentração de notificações”, conta.

Letícia ainda complementa: “Com isso, as equipes de vigilância podem planejar ações mais eficazes, como campanhas de eliminação de criadouros e mobilização comunitária, reduzindo a disseminação das doenças e promovendo uma gestão preventiva mais eficiente, um verdadeiro alerta para as atuais autoridades, a fim de que não venhamos a enfrentar uma nova pandemia. Com isso, o uso de mapas dinâmicos para o controle de doenças virais deve aumentar significativamente em 2025”, finaliza a especialista.

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