O despertar da África para a geoinformação

Imagem: Arek Socha – Pixabay

Enquanto 23 países africanos se mobilizam para colocar 125 satélites em órbita até 2025, Angola, por meio do seu Secretário de Ordenamento do Território, Manuel Marques Pimentel, reconhece que o país precisa renovar a sua cartografia com urgência e anuncia que o Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA) deve produzir 472 cartas atualizadas até 2022. Seria o despertar do continente africano para as questões da geoinformação, como a corrida espacial e o monitoramento dos seus espaços territoriais?

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Em entrevista à RDP África, esta semana, o advogado e geógrafo Luiz Ugeda, afirma que a África tem todas as condições de cumprir a meta de 125 lançamentos até 2025 e participar da corrida espacial, bastando, para isso, que os países se organizem de maneira a dividir os custos do desenvolvimento de uma indústria aeroespacial. E com vantagens: “Fazer o lançamento de um satélite é caro. Quanto mais próximo da Linha do Equador, mais barato, e a África é cortada mais ou menos ao centro pela Linha do Equador, portanto, tem uma situação privilegiada nesse sentido”, afirma Ugeda, admitindo, porém, que um dos maiores desafios vai ser explicar a importância de uma iniciativa dessas a uma população maioritariamente carente e com problemas básicos urgentes: “Esse é um desafio que vai ter de ser enfrentado porque, ao mesmo tempo, os países que ficarem de fora dessa corrida espacial ficarão para trás neste século”.

A entrevista completa à RDP África pode ser ouvida aqui:

Angola, ao que tudo indica, já percebeu a importância do monitoramento territorial e de suas consequências na Era dos Dados em que vivemos. Em entrevista ao Jornal de Angola, Manuel Pimentel afirmou que o país precisa atualizar a sua cartografia nos próximos quatro anos, uma vez que a existente está completamente defasada devido às mudanças biofísicas e humanas que ocorreram no território. “Só sabendo o que o território tem, através da cartografia, é possível fazer um planejamento adequado. Se não tivermos uma cartografia atualizada, pode-se planejar muito mal”, afirmou o secretário.

Fontes: Jornal de Angola e Olhar Digital

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