A Universidade do Minho e o Laboratório Nacional de Energia e Geologia uniram esforços para lançar uma nova versão do Inventário Nacional de Patrimônio Geológico, agora acessível através do Geoportal do LNEG. Com cerca de 400 geossítios identificados em todo o território nacional, incluindo os arquipélagos, o inventário apresenta formações geológicas com elevado valor científico, educativo e turístico. Estes locais ajudam a compreender milhões de anos de história geológica e passam a integrar uma ferramenta essencial para o ordenamento do território e a avaliação de impactos ambientais.
O projeto resulta da consolidação dos inventários desenvolvidos ao longo das últimas décadas pelas duas instituições e por parceiros como universidades, municípios e geoparques. “Este trabalho preenche uma lacuna na proteção do património geológico, que por vezes é negligenciado face ao património biológico”, explica Paulo Pereira, da Escola de Ciências da UMinho, destacando que o objetivo vai além da catalogação, visando a conservação ativa e a valorização dos geossítios. O portal permite explorar os sítios por nome, região, tipo ou categoria, com informações detalhadas sobre localização, vulnerabilidade e regime de propriedade.
Entre os exemplos destacados estão o vale glaciário do rio Homem, o granito da praia de Lavadores, o inselberg de Monsanto ou o Algar do Carvão. O novo Geoportal adota uma metodologia alinhada com padrões internacionais e será continuamente atualizado com contribuições de especialistas e da sociedade civil. Para os promotores, trata-se de um passo decisivo para consolidar Portugal como referência mundial em geoconservação.