Sucesso espacial privado faz NASA mirar voos mais altos

Ilustração da Base no Pólo Sul da Lua – NASA

O sucesso da iniciativa privada no setor espacial está estimulando a NASA a se dedicar a projetos mais ousados, como o Artemis, que pretende criar uma base lunar para preparar a viagem de astronautas a Marte. De fato, alguns projetos que ocupavam muito tempo e esforços da agência americana, como levar carga e astronautas para a estação espacial, já estão sendo executados pela SpaceX e pela Northrop Grumman, enquanto a Boeing se prepara para fazer o mesmo.

Assim, a NASA está criando duas novas diretorias, conforme anunciou em entrevista ao The Washington Post o administrador da agência, Bill Nelson: a de Desenvolvimento de Sistemas de Exploração, que supervisionará o desenvolvimento de novas ferramentas, como habitats, rovers e sistemas de propulsão, e a de Operações Espaciais, que cuidará de programas como a estação espacial, a comercialização da órbita baixa terrestre e, nos próximos anos, as operações na Lua.

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Segundo Nelson, essas mudanças acontecem porque as tarefas da NASA, desde levar astronautas à estação espacial até o Artemis, ficaram grandes demais. “Uma pessoa não pode fazer tudo”, disse.

O programa mais ousado é, sem dúvida, o Artemis, de montar uma base lunar sustentável e habitada por humanos. Usando recursos e vantagens lunares, a base serviria para desenvolver o projeto da ida a Marte. Para tanto, as duas novas diretorias trabalharão juntas no desenvolvimento da tecnologia capaz de viabilizar isso, como novas formas de propulsão, além de exploração e produção de recursos minerais no espaço.

Concepção artística da Orion, nave não tripulada que deverá orbitar a Lua até o início do ano que vem – imagem NASA

O cronograma da Artemis prevê que humanos desembarcarão novamente na Lua em 2024, mas isso dificilmente vai acontecer, já que o contrato para o desenvolvimento da nave que levará os astronautas nesse regresso épico é alvo de uma disputa judicial justamente entre os dois maiores gigantes privados do setor espacial: a SpaceX, de Elon Musk, e a Blue Origin, de Jeff Bezos. Apesar de ter feito um lance de US$ 6 milhões na licitação montada pela NASA – o dobro ofertado por Musk –, Bezos perdeu o contrato e levou o caso à Justiça. O Artemis aguarda agora a decisão de um juiz federal para prosseguir.

Mas, a primeira parte do programa, o Artemis I, não parou, e deverá lançar em breve a espaçonave não tripulada Orion, que orbitará a Lua ainda este ano ou no início do próximo. A missão deverá marcar o primeiro vôo do novíssimo Sistema de Lançamento Espacial da NASA, um gigantesco veículo descartável derivado dos ônibus espaciais e que também viu seu cronograma atrasar.

Fonte: The Washington Post

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